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Como controlar a ansiedade durante a pandemia
06 minutos Profa. Jessica Thomazini Psicóloga do Núcleo de Apoio Psicopedagógico (NAP) da FHO

A organização da vida das pessoas mudou muito após o início da pandemia de Covid-19 e a necessidade de isolamento social. As aulas e os encontros com os amigos e professores são mediados por uma tela, de computador ou do celular, e a sala da sua casa se tornou também uma parte da escola.

Com isso, você pode estar sentindo falta de encontrar pessoas que você gosta, de jogar futebol no intervalo das aulas, procurar um livro na biblioteca, combinar um encontro para o fim de semana, entre outras atividades que não podemos fazer nesse momento.

Toda essa mudança, somada às eventuais dificuldades financeiras da família, aos conflitos, à falta de recursos e tecnologias, e diversas outras situações que tenham surgido ao longo deste período, também podem resultar em um "pacote de emoções", que pode afetar a nossa Saúde Mental e, como consequência, as atividades do dia a dia, gerando dificuldades para acompanhar as aulas.

Quais sentimentos e emoções podem ser provocados pela pandemia e pelo isolamento social?

É importante observar e identificar nossas emoções, pensamentos e necessidades. Durante este período, você pode notar sentimentos novos ou mais intensos como: raiva, tédio, solidão, frustração, preocupação excessiva, sensação de falta de controle, estresse, angústia, tristeza e ansiedade.

O aparecimento de um ou mais sentimentos citados acima é normal, mas é importante acolhê-los e não ignorá-los.

Além disso, como somos únicos, cada pessoa poderá reagir ou sentir essas emoções de uma maneira diferente, podendo manifestar diversos sintomas físicos, psicológicos e comportamentais.

Por isso, observe como você está se sentindo e, se você perceber que está difícil lidar com tudo isso sozinho, não deixe de procurar ajuda.
Sintomas físicos de ansiedade mais comuns:
Sentir que o coração está acelerado;
Tremores;
Dificuldade para respirar;
Tensão muscular;
Diarreia;
Dificuldade para dormir ou excesso de sono;
Falta de apetite ou fome em excesso.
Como a ansiedade pode afetar a vida escolar?
Dificuldade para se concentrar nas aulas e/ou nas tarefas;
Dificuldades de memorização (sensação de “branco”);
Desmotivação;
Sentir-se confuso;
Desorganização;
Pensamentos e preocupações repetitivas.
“Não estou me sentindo bem. Como identificar se preciso de ajuda?”

Primeiramente, observe suas emoções e sensações físicas e identifique quais são elas: “Estou me sentindo triste, irritado?”. Em seguida, busque algo que possa te ajudar nesse momento, como descansar, assistir um filme, ligar para alguém que você gosta, ouvir música, caminhar ou se organizar, por exemplo.

Se você identificar que já tentou de várias formas, mas continua triste ou ansioso; que não está conseguindo lidar com esses sentimentos sozinho; e que eles estão atrapalhando suas atividades diárias, a sua rotina ou o seu relacionamento com as pessoas, chegou o momento de pedir ajuda.

Onde buscar ajuda?
Converse com uma pessoa da família ou um amigo que você confia e que poderá te acolher;
Procure um (a) professor (a) ou o (a) diretor (a) da escola e solicite informações sobre possíveis serviços de acolhimento e atendimento psicológico oferecidos;
Procure pelo atendimento de um profissional psicólogo para iniciar um acompanhamento psicológico e receber suporte para enfrentar esse momento;
Procure por um Posto de Saúde próximo à sua residência ou pelo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do seu município e solicite informações sobre o atendimento psicológico na rede de saúde pública;
Acesse o site Pode Falar, um canal de orientação em saúde mental para jovens com idade entre 13 e 24 anos, onde você encontra informações sobre como cuidar da sua saúde mental e um espaço de acolhimento;
Em momentos muito difíceis, em que se sentir sem esperanças e que não recebe o apoio de outras pessoas, você também pode acionar o Centro de Valorização da Vida (CVV), ligando para o número 188 ou acessando o site e receber apoio emocional gratuito.
Referências

CENTRO DE VALORIZAÇÃO À VIDA (CVV). Acesso em: 18 jun. 2021.

UNICEF et al. Pode Falar. Acesso em: 18 jun. 2021.

MALAVÉ, M.M. Saúde mental dos adolescentes no contexto digital da pandemia. FIOCRUZ, Rio de Janeiro, 16 ago. 2020. Acesso em: 18 jun. 2021.

MILIAUSKAS, C.R.; FAUS I, D.P. Saúde mental de adolescentes em tempos de Covid-19: desafios e possibilidades de enfrentamento. Physis: Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 30, n. 4. Acesso em: 18 jun. 2021.

UNICEF. Como adolescentes podem proteger sua saúde mental durante o surto de coronavírus (Covid-19) Estratégias para adolescentes que enfrentam uma nova (temporária) realidade. UNICEF, 27 mar. 2021. Acesso em: 18 jun. 2021.

MINISTÉRIO DA SAÚDE; FIOCRUZ. Saúde mental e atenção psicossocial na pandemia COVID 19: Recomendações gerais. Brasília, 2020. Acesso em: 19 jun. 2021.

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